Latest Posts

sexta-feira, 15 de abril de 2016

Preconceito Literário e Despedidas

Nem sei como começar. 
Sobre preconceito literário: não leio livros que todos leem. Pode me chamar de hipster, eu deixo. Nunca li John Green, Nicholas Spark ou Stephen King. Até que uma promoção Kindle me deu 10 reais e por esse preço não consegui achar nenhum livro da minha lista de desejos e acabei comprando um do Sr. King. Comecei a ler e me apaixonei. Estou terminando Novembro de 63, muito bom, casa duas coisas que amo: leitura e história. Ou seja, tolice isso de não ler um autor só porque ele é a sensação adolescente, leiam de tudo e sejam felizes. (Ok, provavelmente não lerei se for muuuuito teen)

ENFIM. Esse blog foi maravilhoso. Yasmin me chamou pra equipe do Funhouse em 2012, nem nos conhecíamos direito. Eu não sabia que ela seria minha best e não sabia que ia amar escrever tanto assim. Não sabia que graças a esse blog eu conheceria outro fundador, João Ricardo, ou que ele se tornaria também meu best. Esse blog me deu sonhos, o sonho de ler 1.000.000 de livros, o sonho de escrever um (já até escrevi) e o sonho de publicar (um dia). Até me aproximou da internet, que eu não usava muito. Esse blog me deu amigos, leitores, pessoas que vinham e realmente liam e comentavam. Amadureci muito aqui, tanto no modo de pensar - desconstruindo preconceitos sempre - quanto no modo de escrever. Acho até que aprendi a usar vírgulas. Talvez não.  Outros projetos podem até um dia surgir na internet, mas este foi o começo de tudo. Muito obrigada pelos anos acompanhando aos que ficaram. Aos que foram embora eu até entendo, apesar de ter sido bem desanimador.
Amo todos da equipe, amo esse blog. Bosquentremundos pode até ter acabado, mas ficará sempre no meu coração e sempre fará parte da minha história.

Beijos de luz. Kkau

segunda-feira, 11 de abril de 2016

1 filme por dia: Rua Cloverfield, 10. Spoilers

Sinopse: Uma jovem (Mary Elizabeth Winstead) sofre um grave acidente de carro e acorda no porão de um desconhecido. O homem (John Goodman) diz ter salvado sua vida de um ataque químico que deixou o mundo inabitável, motivo pelo qual eles devem permanecer protegidos no local. Desconfiada da história, ela tenta descobrir um modo de se libertar — sob o risco de descobrir uma verdade muito mais perigosa do que seguir trancafiada no bunker.

OKAY. Então, decidi começar essa série nova no blog com um filme novo, ainda está em cartaz. 
Considerações pessoais: o filme é realmente muito bom e apesar de odiar remakes, gostei desse. O original era mais sobre sobreviver, filmado com uma câmera de mão bem no estilo Atividade Paranormal. Esse foi mais sofisticado, com atores conhecidos e uma beleza de produção. Nesse vemos mais um terror psicológico. 
Michelle sofre o acidente de carro e acorda no bunker de Howard, que o construiu junto a Emmett. Ela não acredita firmemente em Howard, acha, assim como achei, que ele é apenas um tarado que a trancou no subsolo. Emmett não deveria estar lá, Howie não queria, mas acreditou tanto na conversa dele, que lutou pra entrar. Você fica colado à cadeira até o fim, os 3 personagens são mais que suficientes para o decorrer do filme ser espetacular.

Enfim, desde o início fiquei com um pé atrás em relação a Howard. Por que ele construiu o bunker? Ele existia muito antes de qualquer coisa acontecer na superfície e seu fascínio por teorias apocalípticas não me parece o suficiente. Curiosamente, Michelle descobre que ele já trancou uma mulher lá, possivelmente a matou e tudo. O tempo todo ele se mostra obcecado por ela, se tornando violento quando Emmett (um fofo inocente) se aproxima dela. É daí que vem a maior parte do terror pra mim, não do confinamento e da incerteza do que há lá fora.
Considerações finais: Howard estava certo, lá fora tá tudo mais que dominado por aliens (na descrição diz ficção científica então eu esperava isso). O que leva quem assiste a normalizar as reações psicóticas dele, algo que considero um erro. Uma pessoa pode estar certa e ser completa babaca ao mesmo tempo. No final ela consegue fugir. Lá fora tem 2 aliens. É isso, 2 aliens. O final foi totalmente decepcionante. Ela ouve no rádio que estamos ganhando e que poderiam usar ajuda de quem tem experiência em combate, algo que depois de matar 1 alien ela acha que tem. 
O filme é maravilhoso, o final é decepcionante, sinto que a expectativa sobre o que estava lá fora, qual a verdade, fez a verdade parecer risível.
Nota: 8/10




Amanhã colocarei algum filme antigo, acabou o "moni" pra cinema. Provavelmente Coraline, meu amorzinho de filme. Se tem alguém aí fora lendo isso, me mande sugestões de filmes!!! Please. Se não farei sobre coisas aleatórias e antigas demais. u.u

domingo, 10 de abril de 2016

[(Última) Resenha] O Oceano No Fim Do Caminho, de Neil Gaiman

Como (quase) sempre, achei que esse livro era sobre uma coisa, e ele é completamente diferente. Mas, ao contrário de (quase) todas as outras vezes, isso não me desestimulou ou me impediu de devorá-lo em menos de 24 horas (que foi o que aconteceu).
Quando eu vi o título e a capa, antes de ler a sinopse, eu pensei que uma garota se matava ou algo do tipo. Depois de ler a sinopse, um tanto misteriosa e sombria, eu fiquei um pouco mais interessado. Vi que muitas pessoas, apesar de gostarem do livro, se decepcionaram; realmente, capa/título/sinopse nos fazem achar que o livro segue uma linha mais sombria com muito suspense e mistério. Vamos deixar algo bem claro: o livro em si é de pura ficção fantástica.
Não quero revelar muito desse livro, esse é daqueles que você sabe que é bom quando você o acaba e pensa que o amou completamente. Ou odiou. Se um livro é capaz de despertar até mesmo ódio em você, é porque ele é dos bons.
Então, um homem, que em momento algum nos diz seu nome, em seus quase cinquenta (todos dizem que ele tem lá seus quarenta e poucos, mas se você ler o livro, vai saber que ele tem no mínimo 47. Por que isso é relevante, Jay? Por nada, só comentando.), após sair de um velório, não sabe-se de quem, se vê inexplicavelmente atraído pela velha fazenda Hempstock, pouco mais de um quilômetro de distância da casa onde ele viveu por 5 anos. Ao chegar lá, ele segue para o lago - oceano -, onde se lembra de todas as coisas estranhas (e, devo dizer, fantásticas) que aconteceram com ele quando ele tinha 7 anos, e conheceu as três Hempstocks que moravam naquela fazenda. O livro, então, narrado pelo homem cuja identidade desconhecemos, passa a nos contar o que de fato aconteceu na cidadezinha de Sussex, nos anos 1960 (ou 1970, esqueci, perdão).
Isso é tudo o que vou falar sobre a trama. Sério. Sobre a escrita; no começo eu me vi confuso em como uma criança de 7 anos poderia narrar todos aqueles fatos de maneira tão "culta", mas aí lembrei que, na verdade, quem está narrando tudo é o menino, só que quatro décadas mais velho. Enfim, a escrita é deliciosa, e o livro é curto, o que nos proporciona a possibilidade de ler o livro todo em algumas horas. Eu comecei a lê-lo de madrugada, então tive que parar para dormir. Ah, e um conselho, que me foi dado pela minha amiga Lana; não leiam (se forem ler) num espaço muito longo de tempo. Sabe quando você lê um pouco, aí para por um tempo, depois volta... e assim vai? Então, não façam isso, a leitura pode ficar confusa, visto que, a trama em si já é bem confusa. Se vão mergulhar nesse oceano, que seja de uma vez só (entenderam a referência? Ha ha).
Não me resta muito mais a falar sobre este livro, além de; Leiam. E se deliciem.
Então, essa foi a minha última resenha (e último post) nesse blog (e em qualquer outro). Foram muitos anos aqui (5? acho que foram 5), muitas oportunidades de compartilhar com vocês o amor que sinto por livros (e filmes, e música, e um cadinho de tudo), e por isso; obrigado.
Ninguém mais lê esse blog, é verdade. É triste, e muito. Mas ele sempre esteve aqui quando quis compartilhar com alguém minhas opiniões (e frustrações) acerca de um livro. Pode até parecer clichê; eu confesso que nem dava mais tanta importância para o blog desde meados de 2014 pra cá, mas aqui estou, escrevendo esse meu último texto, e relembrando os tantos momentos da minha vida que se relacionam com este blog. E foram muitos. Os livros que ganhávamos das editoras/autores (saudades livros de graça), os livros que eu pegava emprestado pra poder resenhar aqui, os livros que eu achava chato, mas tinha que ler e resenhar pra manter alguma parceiria (não sentirei falta disso, confesso), e, mais recemente, todas as vezes que eu ficava desesperado por não encontrar os e-books de livros que eu queria muito ler. Além de todas as horas de minha vida que passei escrevendo textos e mais textos, mas que não poderiam ser mais bem gastas; lembro do prazer e orgulho quando contei para minha mãe que eu era (co-fundador, sim!) escritor de um blog que mantinha com minhas melhores amigas (acho que nem elas vão ler isso)... Foram bons momentos, foram bons anos. Foi um imenso prazer (CLICHÊ ALERT!) crescer e amadurecer junto desse blog, que, agora finalmente percebo, é muito mais do que isso. Esse blog, antigo Funhouse S. A., atual Bosque Entre Mundos, se tornou o meu Oceano (referência pra quem ler o livro). Enfim, à todas as pessoas que nunca sequer vão ler esse texto de despedida de um autor que elas nunca vão conhecer: Obrigado.
Com amor, sempre;
Jay.

sexta-feira, 8 de abril de 2016

1 filme por dia

ENTÃO. Estou sem nada pra fazer desde novembro. Por causa da greve das federais o calendário atrasou e quem passou na primeira chamada - eu - só começa em junho. Talvez julho. Com todo esse tempo livre tenho visto muitos filmes e pensei em falar sobre eles aqui. Seria algo mais por mim. Gosto de escrever, gosto desse blog, apesar de minha opinião não ser muito compartilhada entre os leitores.
Perdemos mais de 1000 seguidores, ninguém lê nossas postagens. Aos poucos paramos de postar, mas Jay está tentando persistir e eu, no auge de minha depressão, acho que seria bom escrever aqui no lugar de ficar na cama. Talvez. Talvez todos os blogs tenham migrado pro youtube, algo que não pretendemos fazer. Talvez nosso blog esteja morto. Talvez apenas sejamos ruins nisso, alguns blogs ainda tem acessos. São muitas possibilidades, mas não quero parar. Pelo menos não até minha vida universitária começar.
1 filme por dia. Mesmo que velho, mesmo que todos já o tenham visto. Talvez me ajude, talvez afunde esse blog de vez. Possibilidades. Estou agarrando qualquer possibilidade.

Começo segunda.

segunda-feira, 4 de abril de 2016

BATMAN vs SUPERMAN


OK, antes de mais nada, devo avisar: sou muito fangirl do Batman. Tendo isso em mente, vamos ao filme.
Desde o início fui cética em relação a esta produção, com apenas trailers com lutas sem contexto, achei que era uma tentativa desesperada da DC pra correr atrás do público que migra pra Marvel - que tá lá na frente em produções de filmes.
MAAAAAAAAAS. Um pouco de história e amei o filme.

Se passa aproximadamente 2 anos depois de Man of Steel, quando Superman destruiu a cidade inteira - praticamente - pra derrotar um cara. Fala sério, claro que Bruce Wayne estava de olho, e o culpa 100% o Homem de Aço pelas mortes causadas, enquanto o jornalista Clark Kent vê o Batman como ameaça e tenta mostrar isso ao mundo.

Esse filme trata muito o lado político da coisa; até hoje Superman era quase um deus, podia fazer o que fosse para "salvar o dia" sem consequências à destruição certa de prédios e eventuais mortes de inocentes, que havia sido muito excessiva em seu último confronto. O Cavaleiro das Trevas não podia deixar barato, nem o Governo dos Estados Unidos. De um lado, temos Bruce vendo a destruição em terra e querendo retratações, do outro Superman e Louis Lane ainda com o pensamento de que ele ainda era um herói e ponto. E ainda o Governo o convidando gentilmente para ser ouvido publicamente e assumir sua destruição.
 O filme mostra muito bem o ponto de vista do Bruce, para que pudéssemos ver que ele tinha sim, razão em puxar briga com o Clark, ele não era um homem louco. Inclusive, na cena que vemos a luta, senti muito bem o mesmo que meu herói maravilhoso. Mas, como disse, sou fangirl do Batsy e estava do lado dele antes mesmo de saber o que ia acontecer no filme.

Enquanto o lado político come os nervos de aço (foi boa essa hein) do Superman, temos, claro, um vilão. Lex Luthor. Exceto que ele não era o Lex que conhecemos, com motivações para odiar o Super. Ele foi a pior coisa do filme. Era um menino, sem nenhuma motivação mostrada, que odiava o cara e pronto, tivemos que engolir isso. Pior que a falta de história nesse ponto foi o quanto ele era irritante. Uma talvez imitação do nosso amado Coringa, desnecessário. Passaram o coitado de gênio para um riquinho louco. Tinha horas que eu fazia essa cara ao vê-lo:
desespero

Ok, vamos falar sobre o que esse filme realmente é. O começo da Liga da Justiça. Tá no título, a Mulher Maravilha aparece, foi foda. Claro que Batman não ia matar o Super, eles se aliam contra a criação estranha de Lex, que usou os restos de Zod e criou uma arma biológica, aí entra a MARAVILHOSA (tô boa hoje) Amazona que eu sempre quis que existisse fortemente no universo de filmes e séries da DC. O gancho pra ela estar no filme, no entanto, foi fraco. Lex tinha arquivos de meta-humanos como Flash, Aquaman e a própria, e tudo que ela foi fazer lá foi pegar sua foto de volta. Algo que não faz sentido porque ela havia se excluído da sociedade e não ajudava mais ninguém. Era só uma foto.Mas qualquer coisa que me desse o prazer de ter aquela atriz maravilhosa em tela, lutando com escudo, espada e o laço da verdade me é válido.
Olha quem vai ser o Aquaman! Será que agora o respeitaremos?

Vamos a um resuminho, não tão resumido.

Prós:

  • Mulher Maravilha me convenceu 100%. Eu tinha críticas sobre a atriz não ser visivelmente forte, mas foda-se! TEMOS REPRESENTATIVIDADE FEMININA FINALMENTE! Ela estava perfeita, sorrindo ao levar uma surra e depois levantando pra lutar mais.
  • A parte política foi muito bem explorada, principalmente no lado do Superman - com motivos - mas também no lado do Batman. Pra quem trabalham? Superman é praticamente invencível, ele poderia muito bem destruir a todos. Foi lindo.
  • Ben Affleck, apesar de eu ter sido hater com a notícia, foi um ótimo Batman. Uhu. Claro,  Christian Bale continua sendo O MELHOR BATMAN. Mas Ben tá na lista, top 5, depois do Batman de Lego.
  • Clark e Bruce se unindo pela Martha me matou um pouco, foi uma cena linda, o desespero dele ao ver que Martha podia morrer de novo. AAAH.
  • O filme, no geral. Inteiro, com seus núcleos diferentes, efeitos especiais, a música. 
Contras:

  • De novo, mais uma vez, novamente, again, tivemos que ver a cena de como surgiu o Batman. Cara, todo mundo sabe. Foi desperdício de tempo. EM SLOW MOTION. Cara, quem não lembra a cena do poço cheio de morcego? Ate em Gotham já retratou se não me engano.
  • O nome do filme é Batman vs Superman mas eles só lutaram um tiquinho, no final. Achei que podia ter mais luta entre eles pra não restar ressentimento.
  • A Mulher Maravilha teve um gancho ruim e apareceu pouco.
  • O título. Não foi uma briga entre eles, como já falei, pareceu que eles pegaram um pedacinho do filme e foi isso, um título sensacionalista pra atrair fã. Me senti enganada.
  • Lex Luthor.

ENFIM. todo filme de super-herói (que eu acho que não escreve assim) me é válido, se lançar um todo mês eu vou em todos e vou à falência e é isso mesmo. Sempre fui nerd de heróis/livros/séries e não tanto de jogos, então estou feliz com nossas previsões tanto do lado da DC quanto do lado da Marvel. O post ficou super longo, mas eu esperava muito por esse filme, e não é como se alguém ainda lesse o que postamos aqui, já que desde que começamos a postar começamos também a perder seguidores.
Engraçado que inativos por mais de 1 ano tínhamos seguidores, colocamos no ar de volta e todo mundo correu. Mas eu tinha que fazer o registro desse filme histórico.

terça-feira, 22 de março de 2016

[Cinema] Orfanato da Sra. Peregrine Para Crianças Peculiares Ganha Trailer Oficial

"Nossa história começa com uma horrível tragédia familiar que lança Jacob, um rapaz de 16 anos, em uma jornada até uma ilha remota na costa do País de Gales, onde descobre as ruínas do Orfanato da Srta. Peregrine para Crianças Peculiares. Enquanto Jacob explora os quartos e corredores abandonados, fica claro que as crianças do orfanato são muito mais do que simplesmente peculiares. Elas podem ter sido perigosas e confinadas na ilha deserta por um bom motivo. E, de algum modo, por mais impossível que pareça, ainda podem estar vivas." Sinopse do Livro (resenha em breve).
A Fox liberou, na semana passada, o primeiro trailer oficial da adaptação de Miss Peregrine's Home For Peculiar Children, de Ransom Riggs. A adaptação conta com a direção de Tim Burton, além de um elenco recheado de atores espetaculares; Eva Green, Asa Butterfield, Allison Janney, Judi Dench, Terence Stamp, Samuel L. Jackson e muito mais. O lançamento está previsto para 30 de Setembro (EUA).
O primeiro livro da série foi publicado no Brasil em 2012 pela LeYa, e, em 2015, pela intrínseca, que acaba de publicar o segundo volume da série, Cidade dos Etéreos (Hollow City). A série já possui um terceiro volume publicado lá fora, Library Of Souls. Assista ao trailer aqui.

quarta-feira, 16 de março de 2016

[Resenha] Mundo Novo, de Chris Weitz

"Uma arma biológica matou todos os adultos e crianças. Todos. O mundo (pós-apocalíptico) está um caos, todos os adolescentes (misteriosamente imunes ao ataque, mas só até completarem 18 anos, aí morrem também) se dividiram em tribos, que vivem em constante conflito entre si. Jeff, Donna e seus amigos e não-amigos partem numa busca pela cura, enquanto procuram, também, descobrir o que realmente aconteceu. E eles não possuem muito tempo... "
Essa seria a minha sinopse para esta bela obra (Olha essa capa, gente, que linda. Uau.
Enfim, deu pra sacar bem o plot central, né? Então vamos nos aprofundar mais um pouquinho; uma arma biológica desconhecida matou todos os adultos e crianças. Tá, Jay, isso eu já entendi. Okay, mas por quê apenas adultos e crianças? Pra falar a verdade, eu não entendi muito bem. Aliás, entendi, mas não sei explicar, mas vou tentar; o vírus (ou bactéria, ou sabe-se-lá-o-quê) age numa determinada área do corpo (a palavra específica me escapou, lamento), e, tal área é meio que "desativada" naturalmente quando entramos na adolescência, portanto dá pra entender bem como o vírus (ou seja-lá-o-que-for) age, certo? Ou não? Acontece, leitores, que, ao saírmos da adolescência, entrando na vida adulta, tal área é reativada, e, com ela, o vírus (ou seja-lá-o-que-for) também é ativado. Pra resumir; todos morrem por causa da tal bio-arma (essa palavra existe?), os adolescentes só tiveram o azar de viver um pouco mais.
Morrem bilhões de pessoas, meses se passam, e agora nos encontramos em Nova York. Lá, conhecemos a tribo da Washington Square Park, onde vivem os personagens principais; Jeff, Donna, Crânio, Peter e Minifu (quê?).
Pra simplificar e não dar spoiler; Crânio, que como o nome sugere, é super inteligente, e se acha capaz de encontrar uma cura para a (vamos chamar leigamente de) doença. Existe um artigo na biblioteca pública que explica como surgiu a "doença", e como ela age. Crânio precisa desse artigo se quer tentar achar uma cura, logo ele pede a Jeff para ir atrás do tal artigo. Jeff aceita. Com eles, também vão Donna (melhor amiga de Jeff, e que não retribui o amor do moço por ela), Peter (amigo de Donna e Jeff, negro e gay -parece inútil apontar isso, mas não é, acreditem), e Minifu (o pai dela era chamado de Sifu, uma palavra em alguma língua que esqueci ~perdão~ para mestre. Ela queria ser chamada de Sifu como seu pai, mas, por seu tamanho, acabou sendo Minifu mesmo, haha).
Os cinco, então, embarcam nessa busca (qual a melhor palavra?) louca atrás de respostas, e, quem sabe, uma cura. Nem preciso dizer que tudo dá errado e eles se dão bem mal, né? Pois é, surprise surprise. E quem acha que esse é só mais um livro chatinho sobre angústias adolescentes está bem errado! Pode apostar num livro cheio de mortes, tiroteios e sátiras engraçadas sobre a vida que nós (sim, você também) levamos.
A narração é feita por Jeff e Donna, com diferenças mais que visíveis entre os dois; Jeff é mais "culto", se preocupa sempre em narrar da melhor maneira possível, enquanto Donna só liga mesmo pra contar a história. Os capítulos narrados por Jeff são mais "trabalhados", não que os de Donna não sejam, mas, ao meu ver, Jeff parece querer contar tudo perfeitamente, enquanto Donna só se importa em repassar a história (acho que repeti a mesma informação, mas que mal tem, não é mesmo?). Enfim, a escrita é deliciosa, e as diferenças entre as narrações ajudam bastante a montar um perfil mais realístico dos personagens.
Me agradei muito com a leitura de Mundo Novo, quero logo ler a continuação. Os livros (Mundo Novo e Nova Ordem) foram publicados no Brasil pela editora Seguinte (<3), aliás, o terceiro e último volume da trilogia (terceiro e último, ah vá) deve sair ainda esse ano lá fora, sem previsão para lançamento aqui no Brasil. Este é o primeiro romance do autor, mas podem botar fé! Esse carinha dirigiu Crepúsculo e A Bússola de Ouro (melhor filme <3, resenha do livro sairá algum dia, ou não, não sei se faço), e já foi até indicado ao Oscar.

sábado, 5 de março de 2016

[Resenha] Águas Turvas, de Helder Caldeira

Bom, digo logo de cara que o livro é bem diferente do que eu estava esperando! Vejam bem, todas as sinopses e resenhas que vi por aí sempre falavam, basicamente, a mesma coisa. Aquele plot (nem tão) típico de "garoto encontra garoto, garotos se apaixonam, garotos ficam juntos". Já fiquem sabendo que isso não é nem a ponta do iceberg.
Há, sim, um romance entre Justin Thompson e Gabreil Campos... Mas os dois são apenas parte do núcleo principal; não OS principais, como fui levado a acreditar.
Se eu fosse criar uma sinopse pra esse livro, ela seria algo do tipo: "Imagine uma família perfeita. A mãe é dedicada e todos a adoram, o pai é trabalhador e se sacrificou durante toda sua vida para criar seus filhos, cada um dos três filhos é perfeito, cada um com seus méritos e qualidades de dar orgulho a qualquer pai! Bem... Agora apaguem essa imagem, porque isso não é o que você vai encontrar aqui."
Deu pra entender a sacada central? Não? Aqui vai: A trama foca numa família, Os Thompsons; Cathy, a mãe, Edward, o pai, Ethan, Justin e Nicole, os filhos. Há também Helen, esposa de Ethan, a irmã de Edward, Mildred, e seu marido John. E, claro, Gabriel. Acontece, caro leitor, que cada uma dessas pessoas possui um segredo. Não, nada de Pretty Little Liars aqui, esses segredos são obscuros e pronfundos, alguns ficam claros logo no início, outros, só no desenvolver da trama, ou no final. A família até parece perfeita... Nas primeiras páginas em que aparece; depois disso (como diria Melanie Martinez), podemos ver através das cortinas, e o que vemos quebra completamente a imagem imaculada de perfeição.
(PARA EVITAR SPOILERS, AVANCE PARA O PRÓXIMO PARÁGRAFO) A mãe, quarenta anos atrás, tomou uma decisão que a afeta até hoje... E ela pode se arrepender disso. O pai tem dois esqueletos no armário, e eles estão prestes a aparecer para assombrá-lo. O filho mais velho... Esse não é  nem de longe, é o marido/filho ideal, e sua esposa não é muito diferente dele (raro caso onde os iguais se atraem, talvez?). A filha mais nova acaba se envolvendo com alguém, mas esse tal alguém é mais velho, e, para piorar, professor da moça. Gabriel, coitado, esse nem teve escolha na hora de se envolver na teia de segredos; foi sem querer mesmo, mas, o que ele descobre sobre essa família é capaz de fazer toda ela desmoronar, afetando severamente Justin, por quem passa a nutrir sentimentos. O Justin... Esse é o "herói" da trama. Não fez nada de errado, não esconde nada... O azar dele é que todos os segredos dos outros parecem afetá-lo diretamente.
Ao longo da trama, vamos descobrindo uma "teia de conexões"; tanto entre os segredos, quanto entre os personagens, que ajuda a criar um certo mistério em descobrir o que cada um esconde, e como isso afeta aqueles a sua volta. Confesso que me surpreendi, afinal, achei que estava lendo sobre um casal de rapazes, e sua jornada até ficarem juntos. Mas, como já disse acima, eles são apenas duas peças num complicado jogo de xadrez onde todos parecem predestinados a perder...
O autor soube desenvolver bem a trama, mas fiquei com ódio dele em algumas partes; muitas vezes, ele para a história num momento crucial, e joga outra cena no meio (os tão famosos cliffhangers), e são muitos! Mas, apesar disso, a leitura é deliciosa, eu mesmo devorei o livro em algumas horas. Sobre o final: encaixou certinho com a trama, ao meu ver, cada personagem teve o final que merecia... Sendo esse final triste ou feliz. Aliás, parabéns para o autor, Helder Caldeira, e a editora, Quatro Cantos, pela coragem em publicar um livro com temática LGBT num cenário onde a homofobia parece estar em "alta", precisamos de mais autores/editoras assim, no cenário nacional e no internacional, afinal, #LoveWins.
Agora é com vocês: olhem por trás das cortinas, mas cuidado com o que vão ver lá.

terça-feira, 1 de março de 2016

O PIOR LIVRO DO MUNDO - Se você o ler literalmente

OK, talvez TALVEZ, uma foto da internet tivesse ficado melhor
STORY TIME! Minha irmã mais velha me deu esse livro. Não temos muito contato, então ela não sabe bem o que gosto de ler. Ela me entregou o livro e disse "eu comprei porque ele é todo azul - achei lindo - e porque é sobre o Rei Arthur, que eu amo". Bom. Não sou tão fã do Rei Arthur quanto ela, mas amei o fato de mesmo tendo 9 anos de diferença, nós duas escolhemos livros pela capa. Ele ficou lindo na estante.

ENFIM. Sobre o livro. É um livro de um pouco depois da era de Arthur, então não espere vê-lo lutando pela Inglaterra. 
Até a metade, o odiei. Acho que meu professor de interpretação textual teria vergonha de mim. O livro é genial.

Numa terra habitada por seres fantásticos e recentemente devastada por guerras horríveis, um feitiço foi lançado e uma névoa encobre todo o território, tirando das pessoas suas memórias. Uma forma radical de terminar a guerra, que deu muito mais que paz aos habitantes, deu superficialidade na forma de levar a vida. No sentido literal, você vai passar o livro inteiro lendo sobre um casal de idosos - Axl e Beatrice - que sai para encontrar o filho. No sentido metafórico e profundo, é uma história sobre a vida. O quanto nossas memórias nos mantém em guerra, longe do nosso amor, longe da paz. Como pode ser distorcida e nos faz evitar confrontar o passado. 

O casal idoso tem que passar pelas maiores dificuldades em seu caminho até o filho, munidos de um amor incondicional um ao outro contra as dolorosas memórias que aos poucos, com a névoa dissipando, se lembram. Beatrice, que sempre quis ter suas memórias de volta, ao lembrar fatos dolorosos da vida sente medo de seu amor se quebrar numa flecha de ressentimento que lembranças podem trazer. 
Seu caminho leva à uma ilha, na qual todos devem ir sozinhos conduzidos pelo barqueiro (gentil metáfora para a morte) lhes fala que não podem provar o amor um pelo outro se não houverem memórias para prová-lo. E no fim, vão sozinhos, cada um a seu tempo, descansar na ilha fantástica.

É um livro que leva tempo. Como disse, em sentido literal é horrível. Demora para para ter ação, mas o foco é o subentendido. Não há forma melhor de elogiar esse livro que afirmando: você tem que ler várias vezes. Suas camadas profundas tem que ser exploradas, e eu com certeza o farei.



sexta-feira, 26 de fevereiro de 2016

[Resenha] Boneca de Ossos, de Holly Black

(Um beijo pra Tay, que me emprestou o livro <3) Poppy, Zach e Alice são melhores amigos desde sempre, e estão sempre brincando de faz de conta, mesmo já tendo 12 anos. Tal faz de conta é muito bem elaborado pelos jovens, contando com cenários como o Mar Mais Negro e os Morros Prateados, e personagens como William, o pirata, Lady Jaye e a Rainha, uma boneca feita de porcelana e -surpresa- ossos.
O pai de Zach, querendo que o moço "cresça", deixa-o sem escolha quando joga seus brinquedos fora, fazendo com que Zach abandone a brincadeira sem poder explicar para Alice e Poppy o verdadeiro motivo por trás disso.
Mas a brincadeira não para por aí; Poppy e Alice aparecem na casa de Zach na madrugada de uma sexta feira, carregando a boneca de ossos, e afirmando que a mesma abriga o espírito de Eleanor, uma garota assassinada cujos ossos e cabelo foram usados na criação da boneca por seu pai, um artista famoso. Poppy afirma saber de tudo isso por meio de Eleanor lhe contou tudo em seus sonhos. A boneca - também conhecida como Rainha - ainda diz que se eles não a enterrarem no túmulo vazio de Eleanor, a mesma não vai parar de atormentá-los.
Com tudo planejado previamente ao encontro com Zach, Poppy diz que o túmulo está em um cemitério na cidade de East Liverpool, a localização só seria revelado pela boneca mais tarde. Os três, então, partem nesta última jornada... Já sabemos que tudo dá errado e eles se encrencam muito, certo? Bem, saber o que mais acontece fica por conta de vocês.
O único ponto negativo deste livro, pra mim, é a falta do tão anunciado terror. Vejam bem, o livro é ótimo, sim. Mas... faltou algo para mim, eu realmente fui levado a acreditar que esta seria uma trama macabra e muito misteriosa (me descobri recentemente fã desse gênero), e o comentario de Jeff Kinney (Diário de um Banana) só aumentou minha ansieade para devorar esse livro; "Ninguém é mais assustador do que Holly Black. Boneca de Ossos vai fazer dormir com a luz acesa." Não fez. Fiquei esperando pelo momento onde eu me desespero e fico assustado a ponto de colocar o livro no congelador (se é que você me entende), mas quando percebi, havia acabado o livro e nada do tal momento...
Enfim, parece até que não gostei do livro, mas eu adorei, sério! Muito bem escrito (pontos para Holly), com algumas ilustrações lindas de se ver (pontos para Eliza Wheeler), e uma capa que eu achei maravilhosa (mais pontos para Eliza, e outros para Sonia Changhatzbanian, tenho quase certeza que errei o nome), a trama é bem desenvolvida (apesar de desprovida de terror, o que eu aguardava muito), e possui, sim, um quê de mistério. Além de tratar, em segundo plano, de assuntos delicados, como crescer e mudar; virar "adulto", mudar os gostos, mudar a personalidade, se afastar de amigos que antes eram indispensáveis (confesso até que, ao ler algumas partes, lembrei de amigos com quem não tenho mais contato). Foi eleito até O Melhor Livro Para Adolescentes pela Medalha Newbery Honor.
Resta descobrir se a boneca realmente abriga o espírito de Eleonor, ou se foi tudo parte de um plano arquitetado por Poppy, afim de impedir que seus amigos se afastassem dela...

Viajantes

Posts Populares

Próximos lançamentos

Arquivo