domingo, 10 de abril de 2016

[(Última) Resenha] O Oceano No Fim Do Caminho, de Neil Gaiman

Como (quase) sempre, achei que esse livro era sobre uma coisa, e ele é completamente diferente. Mas, ao contrário de (quase) todas as outras vezes, isso não me desestimulou ou me impediu de devorá-lo em menos de 24 horas (que foi o que aconteceu).
Quando eu vi o título e a capa, antes de ler a sinopse, eu pensei que uma garota se matava ou algo do tipo. Depois de ler a sinopse, um tanto misteriosa e sombria, eu fiquei um pouco mais interessado. Vi que muitas pessoas, apesar de gostarem do livro, se decepcionaram; realmente, capa/título/sinopse nos fazem achar que o livro segue uma linha mais sombria com muito suspense e mistério. Vamos deixar algo bem claro: o livro em si é de pura ficção fantástica.
Não quero revelar muito desse livro, esse é daqueles que você sabe que é bom quando você o acaba e pensa que o amou completamente. Ou odiou. Se um livro é capaz de despertar até mesmo ódio em você, é porque ele é dos bons.
Então, um homem, que em momento algum nos diz seu nome, em seus quase cinquenta (todos dizem que ele tem lá seus quarenta e poucos, mas se você ler o livro, vai saber que ele tem no mínimo 47. Por que isso é relevante, Jay? Por nada, só comentando.), após sair de um velório, não sabe-se de quem, se vê inexplicavelmente atraído pela velha fazenda Hempstock, pouco mais de um quilômetro de distância da casa onde ele viveu por 5 anos. Ao chegar lá, ele segue para o lago - oceano -, onde se lembra de todas as coisas estranhas (e, devo dizer, fantásticas) que aconteceram com ele quando ele tinha 7 anos, e conheceu as três Hempstocks que moravam naquela fazenda. O livro, então, narrado pelo homem cuja identidade desconhecemos, passa a nos contar o que de fato aconteceu na cidadezinha de Sussex, nos anos 1960 (ou 1970, esqueci, perdão).
Isso é tudo o que vou falar sobre a trama. Sério. Sobre a escrita; no começo eu me vi confuso em como uma criança de 7 anos poderia narrar todos aqueles fatos de maneira tão "culta", mas aí lembrei que, na verdade, quem está narrando tudo é o menino, só que quatro décadas mais velho. Enfim, a escrita é deliciosa, e o livro é curto, o que nos proporciona a possibilidade de ler o livro todo em algumas horas. Eu comecei a lê-lo de madrugada, então tive que parar para dormir. Ah, e um conselho, que me foi dado pela minha amiga Lana; não leiam (se forem ler) num espaço muito longo de tempo. Sabe quando você lê um pouco, aí para por um tempo, depois volta... e assim vai? Então, não façam isso, a leitura pode ficar confusa, visto que, a trama em si já é bem confusa. Se vão mergulhar nesse oceano, que seja de uma vez só (entenderam a referência? Ha ha).
Não me resta muito mais a falar sobre este livro, além de; Leiam. E se deliciem.
Então, essa foi a minha última resenha (e último post) nesse blog (e em qualquer outro). Foram muitos anos aqui (5? acho que foram 5), muitas oportunidades de compartilhar com vocês o amor que sinto por livros (e filmes, e música, e um cadinho de tudo), e por isso; obrigado.
Ninguém mais lê esse blog, é verdade. É triste, e muito. Mas ele sempre esteve aqui quando quis compartilhar com alguém minhas opiniões (e frustrações) acerca de um livro. Pode até parecer clichê; eu confesso que nem dava mais tanta importância para o blog desde meados de 2014 pra cá, mas aqui estou, escrevendo esse meu último texto, e relembrando os tantos momentos da minha vida que se relacionam com este blog. E foram muitos. Os livros que ganhávamos das editoras/autores (saudades livros de graça), os livros que eu pegava emprestado pra poder resenhar aqui, os livros que eu achava chato, mas tinha que ler e resenhar pra manter alguma parceiria (não sentirei falta disso, confesso), e, mais recemente, todas as vezes que eu ficava desesperado por não encontrar os e-books de livros que eu queria muito ler. Além de todas as horas de minha vida que passei escrevendo textos e mais textos, mas que não poderiam ser mais bem gastas; lembro do prazer e orgulho quando contei para minha mãe que eu era (co-fundador, sim!) escritor de um blog que mantinha com minhas melhores amigas (acho que nem elas vão ler isso)... Foram bons momentos, foram bons anos. Foi um imenso prazer (CLICHÊ ALERT!) crescer e amadurecer junto desse blog, que, agora finalmente percebo, é muito mais do que isso. Esse blog, antigo Funhouse S. A., atual Bosque Entre Mundos, se tornou o meu Oceano (referência pra quem ler o livro). Enfim, à todas as pessoas que nunca sequer vão ler esse texto de despedida de um autor que elas nunca vão conhecer: Obrigado.
Com amor, sempre;
Jay.

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